Just Being Me..

To Whom It May Concern,

São quase 2 da manhã, estou estafado, exausto de trabalho, mas acima de tudo cansado das minhas indecisões.

Pareço ter adquirido uma tremenda (in)capacidade de não conseguir tomar decisões, boas ou más, benéficas ou prejudiciais.

Escrevo a estas horas porque ao reler as palavras de uma conversa virtual, apercebo-me que esta fase (espero que e acredito plenamente que seja isso mesmo, apenas uma fase) da minha vida passa por uma indefinição que vai (só) condicionar tudo o que eu possa vir a ser, fazer ou conseguir em todos os planos, profissional, pessoal, familiar, amoroso e conceptuais, para sempre...

Curioso pensar que cheguei a este cruzamento. Uma rotunda gigante que sei muito bem de que avenida vim, sei bastante bem que outras avenidas posso tomar, mas fico ali, a ceder passagem, sem sequer entrar para ir dando voltas na rotunda. Curioso imaginar que tudo o que escrevi neste blog nos últimos 6 meses foi sentido, mas pode ter sido apenas ilusão óptica de eu achar que aqueles caminhos poderiam ser as avenidas que me levariam à felicidade. Curioso reflectir que se calhar preciso apenas de dar uma volta à rotunda, e voltar para a mesma avenida em que me encontro, mas no sentido contrário...

Talvez me esteja apenas a perder nas minhas palavras.

Mas talvez os sonhos que tenho tido, as memórias que não me saiem da cabeça, aqueles episódios que me fazem sorrir pelo significado e pelo prazer que me deram na altura, tudo isso seja sinal que eu deva fazer inversão de marcha.

Nunca o fiz. Sempre guiei em frente, olhando muito pelo retrovisor, tentando guiar cada vez melhor e de forma mais segura, mas sempre na mesma direcção... nunca voltando atrás, nunca usando o "R".

E acho que só o facto de o pensar, de o contemplar por causa daqueles momentos, daquele acordar, daquele adormecer, do cheiro, dos risos, dos dias passados num colchão, ate à altura em que fui insultado, que ouvi o que merecia e o que não merecia, só isto tudo me fazer pensar, já significa por si mesmo muito.

Amanhã verei. Não tenho a intenção a priori ou primordial de o fazer. Tenho sim o desejo de poder sair do carro, à entrada da rotunda, e pelo menos olhar para a avenida que percorri, aquele lindo jardim por onde passei, e não o ver apenas pelo retrovisor...

Pensando bem? Talvez até abandone o carro e vá lá cheirar aquele cheiro, tocar naquelas flores, sorrir, rir, e decidir que é neste jardim, a tomar muito bem conta dele, que quero ficar.

Amanhã.

PS - Peço desculpa pela minha ausência ultimamente mas as indecisões têm tomado sempre a minha veia literária e deturpado-a de tal maneira que perdi vontade de escrever.